Há alguns anos, em um papo com amigos brasileiros que moram fora do país, um deles disse: “Você se torna fluente em um idioma quando aprende a falar ‘desenvolvimento sustentável” (a frase ficou registrada na memória e esta é apenas a reprodução de uma opinião pessoal sem nenhum embasamento científico). Então, começamos a brincar entre os poliglotas: “como é em inglês? E em francês? E em alemão?” A gincana mostrou que a expressão era tão atípica que ela nunca seria usada em um diálogo comum do dia a dia, mas apenas em conversas técnicas entre pessoas de determinadas áreas de atuação, e ninguém conseguiu cravar o domínio sobre um idioma.
Naquela época, a ideia de sustentabilidade era algo etéreo, um conceito fluido, desconectado do palpável que permeia os traços concretos das coisas ao redor. Coisas que são feitas de outras coisas. Mesas e cadeiras construídas com pedaços de madeira retirados de árvores derrubadas na floresta, camisetas e calças fabricadas com fios de algodão cultivado em áreas de lavoura, celulares e computadores montados com peças de ferro e ouro escavados de profundezas subterrâneas. Faz parte da rotina comprar os objetos prontos em lojas, mas de que forma é extraída a matéria-prima — a madeira, o algodão e os minerais?
Ao partir do pressuposto de que essas coisas são necessárias na vida contemporânea, afinal: o que é o desenvolvimento sustentável? Sabemos pronunciar as palavras, mas temos fluência na compreensão de aplicar o conceito como um estilo de vida? Até que algo se transforme em assunto corriqueiro, é natural que seja enigmático.
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Fonte: Revista Veja